quarta-feira, 15 de julho de 2009

Para entender a mídia na questão de Honduras

Por Elton Valente

Nota: Um texto nosso tratando da questão de Honduras foi postado no Ciência Brasil, por gentileza de Marcelo Hermes, blogueiro de excelente lavra. Este que agora publicamos é uma espécie de desdobramento daquele.

Embora “Lineu”, conhecido de Fernando Brasil, sabiamente tenha desistido do “Paradoxo Honduras” por questões de saúde, eu volto ao tema porque reuni, nestas breves linhas, algumas informações (ou uma convergência de fatores) que explicam bem o comportamento da mídia geral nesta questão (*). As vozes destoantes na mídia geral foram exceções raras e honrosas, como Mary O’Grady, colunista do “Wall Street Journal”, Gerald Warner do “Telegraph.co.uk” e Reinaldo Azevedo, no Brasil.

O ponto mais importante é que a CNN (que alguns já estão chamando de “Chávez News Network”) pautou praticamente toda a cobertura jornalística do imbróglio. A Coordenadora da CNN para a América Latina, sediada no México, acreditem, chama-se Krupskaia Alis. É isso mesmo, Krupskaia, o sobrenome da mulher de Lenin, Nadezhda Krupskaya – revolucionária de coturno e fuzil. Mas o que isso tem a ver? Só pelo nome, nada! Mas acontece que a Krupskaia latina, colombiana de Cali, tem um “currículo” curioso: Além do nome (dado pelo pai sandinista), ela foi (é?) casada com um também sandinista e fez parte do governo de Daniel Ortega (Nicarágua). Creio que não precisa dizer mais nada dessa moça.

O presidente da Assembléia Geral da ONU, Miguel D’escoto, é nicaraguense, sandinista convicto e aliado de Hugo Chávez.

O secretário geral da OEA é José Miguel Insulza, membro do Partido Socialista chileno, foi ativista do governo de Salvador Allende. É afinadíssimo com Hugo Chávez. Questionado sobre o fato de Hugo Chávez violar as leis nacionais da Venezuela, saiu-se com uma pérola da retórica político-moderna (usada também por Obama em relação a Irã e Coréia), disse não estar seguro “de que a OEA possa atuar em casos relacionados a poderes locais ou à distribuição administrativa do território”. É mole?

O principal articulador contra a deposição de Zelaya é, óbvio, Hugo Chávez. Sua intenção é (era) incorporar Honduras na sua “Alternativa Bolivariana”, ALBA, composta por Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia, Equador, Dominica, Antígua e Bermuda, São Vicente, Granadinas e Honduras que, sob Zelaya, era parte da lista. Peru, muito provavelmente é o próximo.

Entende-se por que Barack Obama, que se aliou a essa gente, está sendo chamado de “Camarada Obama” ou “Barack Fidel Che Obama”. Este último, é de autoria de Gerald Warner do “Telegraph.co.uk”.

Essa gente da “esquerda revolucionária”, às vezes festiva, é ardilosa demais!

É preciso ter cuidado!

(*) Estas informações foram obtidas na página da CNN, da OEA, da ONU, blog do Reinaldo Azevedo, Wikipédia, IG e alguns periódicos on-line.

4 comentários:

  1. Adorei sua exposição; simples e direta. Objetiva e definitiva.

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  2. Elton,
    Colocarei hoje o link comentado sobre Honduras em meu blog. Duas coisas aconteceram: a tese de meu aluno e um nova crise na UnB (dos 150 milhões... eu que fiz as denuncias no Senado...)

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  3. Fábio,
    vcs sugerem que a CNN esteja no lado de Chaves e os EUA contra o golpe de Honduras?
    Piada, só pode ser piada...

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  4. Não Fábio,

    Embora os EUA já estejam, aparentemente, repensando seu posicionamento, até há pouco Barack Husseim, CNN, Miguel D'escoto (ONU), José Miguel Insulza (OEA), Lula e toda a corja esquerdopata latinoamericana e mundial estavam dando apoio a Zelaya, o golpista, e, por tabela, às "manobras" de Hugo Chávez.

    E mais uma coisa, Barack Husseim, não apenas na questão de Honduras mas em relação à toda a quetão política mundial, ele ainda não se decidiu de que lado está!

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