sábado, 11 de julho de 2009

Sobre a natureza dos Blogs


Tenho blogado por aí, faz algum tempo. Embora eu tenha amigos que levem esse assunto muito a sério, sempre digo que é preciso ter responsabilidade, mas é preciso também ter bom humor. Considero que não há sentido em ser espartano com blogs.

Balizando-se pelo bom senso, um blog pode ser divertido, mesmo tratando de assuntos sérios. E acho importante também a interdisciplinaridade, a crítica, a denúncia séria, mesmo que seu blog trate de Ciências, Astrofísica, Medicina, Biologia e o diabo a quatro, principalmente em tempos de mandos e desmandos políticos, com a mídia oficial geralmente comprometida com o sistema.

Profissionalismo em blogs?? Ora, bolas! Um dos principais elementos transformadores da web não é exatamente o fato de que ela dá voz aos amadores?

É claro que é preciso ter bom senso. Principalmente respeitar o vernáculo para se adquirir um pouco de credibilidade. Mas a web também é livre para aqueles que não usam o bom senso com frequência e ainda agridem sistematicamente a língua pátria.

Costumo brincar com o fato de que o Supremo Tribunal Federal extinguiu a obrigatoriedade do diploma de jornalista. Portanto, agora todos os jornalistas são oficialmente amadores. E restou uma interessante questão sobre o que distingue um profissional de um amador. Tal questão não é tão simples quanto parece. Aplique-a a todos os ramos do conhecimento. Aplique-a à redação de textos, jornalísticos ou não. E você verá.

Brinco com isso. Mas particularmente, não concordo com a extinção da obrigatoriedade do diploma, como fez o STF. A profissão de jornalista envolve uma série de questões sociais, éticas, técnicas, políticas... E tais questões são bem tratadas pelas boas escolas de Comunicação Social. Acho que não dá para prescindir da formalidade destes conhecimentos. Embora tenhamos bons exemplos de grandes jornalistas que não tinham diploma. Mas isso foi em outros tempos.

Se você tem pós-graduação em determinado ramo do conhecimento, isso não lhe desqualifica para emitir suas opiniões em outros assuntos. Muito pelo contrário, sua opinião pode ser pertinente e importante. Tenha certeza de que, na rede, as cretinices serão combatidas. E o “império da mediocridade” também. Um bom exemplo foi aquele da jornalista Ruth de Aquino, diretora da Revista Época, que emitiu uma opinião insensata sobre a Ciência. Pois é! A blogosfera científica reagiu e se manifestou com força.

Desse modo, nós respeitamos os espartanos, mas o Tateando Amarras não pretende sê-lo. Nem doutrinar ninguém. Antes, queremos brincar, de forma respeitosa, com assuntos sérios. É tanto mais uma diversão do que um compromisso.

O blog é livre, não trata de nenhum assunto específico, mas também não pretende tratar de todos, o que também não quer dizer que não o faça. Não queremos ensinar ninguém a plantar ou colher. Já tentamos certa vez e não deu certo.

Vamos penas tatear algumas amarras da vida. Algumas um pouco mais, outras um pouco menos. Vez em quando pode até pintar uma poesia por aqui.

Porque, já dizia Alberto Caeiro, pela voz e pela pena de Fernando Pessoa: “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... / Se falo da natureza não é porque saiba o que ela é. / Mas porque a amo, e amo-a por isso, / Porque quem ama nunca sabe o que ama / Nem por que ama, nem o que é amar...”

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