Já que a palavra bunda foi assunto do texto passado. Vou contar uma história aqui, acreditando que deve haver quem não a conheça.
Ziraldo, obviamente, todo mundo conhece! Mineiro de Caratinga. Ninguém precisa apresentá-lo. Ele por si se apresenta. O pai do Menino Maluquinho (ou o próprio Menino Maluquinho). Prefeito de Timólei-Mólei. Pai da Professora Maluquinha e um dos fundadores, senão o fundador, de O Pasquim. Ziraldo fazia (faz?) parte de uma turma de esquerda. Mas até então a esquerda brasileira politicamente atuante (patológica) ainda não tinha mostrado definitivamente a que veio, com suas garras, sua baba, seu veneno e seus dentes. Mas isso é outro assunto.
Voltando ao homem! Há dez anos (junho de 1999) Ziraldo lançou, pela Editora Pererê, a revista Bundas. Que saiu de circulação no ano seguinte (não por censura, mas por problemas financeiros). Colaboravam com a revista, gente do quilate de Millôr e Jaguar. E assim lançaram Bundas: “a revista que é a cara do Brasil”; “quem mostra a bunda em Caras, não mostra a cara em Bundas”. A revista não era exatamente e estritamente uma anti- Caras (a revista de “celebridades globais”), era muito mais que isso, de quebra era uma espécie de oposição a Caras. Até porque, dizia Ziraldo, ele não descartava a possibilidade de que um dia pudessem ser unidas Caras e Bundas (creio que com Bundas pondo vergonha na Caras).
Com a repercussão do lançamento da revista, Ziraldo apareceu no programa da Hebe, para horror dos simpatizantes e colaboradores mais radicais da revista. Muita gente boa criticou-o. Diziam que ele não estava lá para esculhambar com as caras de Caras, mas para se deleitar com elas. Não sei! Acho que a crítica foi um pouco injusta com ele. Já pensou na possibilidade? Você esculhamba com os caras e com a Caras, mas com uma categoria tal que eles ainda lhe convidam para mostrar Bundas na Caras deles. A crítica mais dura a Ziraldo nem quis saber dessa possibilidade. Ou se pensou não considerou que era justificável. Muitos se recusaram inclusive a assistir ao referido programa.
Mas, enfim! O projeto de Bundas era ousado. Aquilo não ia dar certo. Embora fosse uma dessas loucuras geniais do Ziraldo, mas de qualquer forma era uma loucura. Não tinha como dar certo. Se fosse na França ou nos Estados Unidos, talvez a idéia e a revista pudessem vingar por mais tempo. Pois apesar do susto inicial do título, a revista não era o que se poderia imaginar por sugestão do nome. Ao contrário, usava e abusava do expediente clássico dos humoristas, que é “mostrar que o Rei está nu” por via da galhofa, esculhambando para dizer coisas sérias. Mas, infelizmente, tudo isso se foi.
Há algo de admirável e necessário nos velhos tempos do jornalismo, fazendo muita falta nesses tempos novos.
Ziraldo, obviamente, todo mundo conhece! Mineiro de Caratinga. Ninguém precisa apresentá-lo. Ele por si se apresenta. O pai do Menino Maluquinho (ou o próprio Menino Maluquinho). Prefeito de Timólei-Mólei. Pai da Professora Maluquinha e um dos fundadores, senão o fundador, de O Pasquim. Ziraldo fazia (faz?) parte de uma turma de esquerda. Mas até então a esquerda brasileira politicamente atuante (patológica) ainda não tinha mostrado definitivamente a que veio, com suas garras, sua baba, seu veneno e seus dentes. Mas isso é outro assunto.
Voltando ao homem! Há dez anos (junho de 1999) Ziraldo lançou, pela Editora Pererê, a revista Bundas. Que saiu de circulação no ano seguinte (não por censura, mas por problemas financeiros). Colaboravam com a revista, gente do quilate de Millôr e Jaguar. E assim lançaram Bundas: “a revista que é a cara do Brasil”; “quem mostra a bunda em Caras, não mostra a cara em Bundas”. A revista não era exatamente e estritamente uma anti- Caras (a revista de “celebridades globais”), era muito mais que isso, de quebra era uma espécie de oposição a Caras. Até porque, dizia Ziraldo, ele não descartava a possibilidade de que um dia pudessem ser unidas Caras e Bundas (creio que com Bundas pondo vergonha na Caras).
Com a repercussão do lançamento da revista, Ziraldo apareceu no programa da Hebe, para horror dos simpatizantes e colaboradores mais radicais da revista. Muita gente boa criticou-o. Diziam que ele não estava lá para esculhambar com as caras de Caras, mas para se deleitar com elas. Não sei! Acho que a crítica foi um pouco injusta com ele. Já pensou na possibilidade? Você esculhamba com os caras e com a Caras, mas com uma categoria tal que eles ainda lhe convidam para mostrar Bundas na Caras deles. A crítica mais dura a Ziraldo nem quis saber dessa possibilidade. Ou se pensou não considerou que era justificável. Muitos se recusaram inclusive a assistir ao referido programa.
Mas, enfim! O projeto de Bundas era ousado. Aquilo não ia dar certo. Embora fosse uma dessas loucuras geniais do Ziraldo, mas de qualquer forma era uma loucura. Não tinha como dar certo. Se fosse na França ou nos Estados Unidos, talvez a idéia e a revista pudessem vingar por mais tempo. Pois apesar do susto inicial do título, a revista não era o que se poderia imaginar por sugestão do nome. Ao contrário, usava e abusava do expediente clássico dos humoristas, que é “mostrar que o Rei está nu” por via da galhofa, esculhambando para dizer coisas sérias. Mas, infelizmente, tudo isso se foi.
Há algo de admirável e necessário nos velhos tempos do jornalismo, fazendo muita falta nesses tempos novos.
Bundas! Pena que não vingou, mas valeu enquanto existiu!
ResponderExcluircomprei várias, inclusive mandei comentários e saiu numa delas. Bundas faz falta.
ResponderExcluirEra uma excelente revista, mas como diz o ditado "tudo que é bom dura pouco"..
ResponderExcluirNão conhecia esta revista até hoje. Mas exatamente hoje, 26/10, fomos apresentados à revista pela Profª Nair Gurgel, na aula do Mestrado em Educação da Universidade Federal de Rondônia, na Disciplina Educação, Cultura e Linguagem. Achei incrível a proposta de fazer crítica através de uma linguagem acessível e divertida. Como faço para conseguir exemplares? Também sou blogueira, mas iniciante ainda. Grande beijo e parabéns pelo Blog.
ResponderExcluiralguem sabe como consigo os exemplares desta revista?
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