Faz vinte anos, neste 21 de agosto, que Raulzito se metamorfoseou para outras bandas, ou, mais precisamente, pagou sua conta com a "Geofagia"
Raul é, sem dúvida, um dos maiores artista da cultura musical brasileira. Crítico bem humorado, irônico, e, ao contrário do emblemático “maluco beleza”, era muito vivo, lúcido, culto e, obviamente, talentoso. Suas canções conseguiam agradar a todas as classes sociais. Era também um anarquista histórico e romântico.
Eu curto Raul desde seu primeiro sucesso nacional, o LP “Krig-ha, bandolo!” (Phillips, 1973), ouvia-o pelas ondas de um velho rádio AM. Apresentava-se ali, para mim, o primeiro grande Professor que tive. No velho rádio eu ouvia também, à mesma época, o impagável “Secos & Molhados”, naquela efervescência do início dos anos 70.
Em seu primeiro trabalho solo, de 1973, Raul já mostrou a que vinha. Talvez seja este o seu trabalho mais emblemático, no sentido autobiográfico.
Em minha avaliação, seu maior e melhor parceiro foi Cláudio Roberto Andrade de Azevedo, co-autor de “Maluco Beleza” e diversas canções impagáveis, como aquelas do LP “Abre-te Sésamo” (CBS, 1980) e tantas outras. O parceiro mais midiático foi Paulo Coelho que, em minha avaliação, beneficiou-se muito mais desta parceria do que o próprio Raul.
Raul, em 1976, cantou a própria morte em “Canto Para Minha Morte”, um tango piazzolesco de primeira. Piazzolla também tem o seu “Balada Para Mi Muerte”, que inspirou Raul.
Fica aqui, no Tateando Amarras, esta homenagem ao saudoso e genial roqueiro, filósofo bem humorado, anarquista histórico e romântico, guru de algumas gerações e ator, como ele mesmo dizia: “sou tão bom ator que finjo ser cantor e compositor e todo mundo acredita, ‘neguinho’ cai nessa, bicho!”, e dava boas risadas!
Você gosta mesmo do Raulzito, heim?
ResponderExcluirCaríssima Sibele,
ResponderExcluirProcuro ser muito sincero com aquilo que me envolve, com as coisas, circunstância, pessoas, etc. Portanto, em nome desta sinceridade, devo admitir que Raulzito foi o meu primeiro Grande Professor, e olha que eu era ainda um garoto, mas, depois de ouvi-lo, tive que correr atrás de muita informação para acompanhar aquele raciocínio brilhante do Raul.
Sinto-me lisonjeado por tê-lo acompanhado, ou melhor, acompanhado suas canções, ao longo de sua carreira solo, desde "Krig-ha, bandolo!"
E esta busca pelas informações foi fundamental em minha vida, daí reconhecê-lo como um Grande Professor, pelo incentivo saudável que ele, através de sua arte, me dava na direção do conhecimento.
É mais ou menos isso.
Um abraço Fraterno dos "tateadores de amarras"!
ET. Tateamos as amarras na tentativa de desatá-las (rsrs)!
Então, parabéns pela linda homenagem ao seu Grande Professor!
ResponderExcluirSobre tatear as amarras, na tentativa de desatá-las, e quando se topa com um verdadeiro Nó Górdio?
Ahá! Aí não tem jeito! A não ser que façamos um pacto com Cibele, a Deusa dos Frígios, para que ela interceda, junto ao Rei, em nome dos Tateadores de Amarras.
ResponderExcluirAté porque, em se aceitando os desdobramentos da estória e os desatamentos de nós, recusamos a alternativa de Alexandre, muito fácil, equivale a tocar fogo no nó. Aí a brincadeira perde a graça.
Admito que alguns nós, da vida prática, da burocracia, das questões econômicas e administrativas, podem sim ser desatados “alexandrinamente”. Mas outros não! A lógica está em desata-los sem o uso da força bruta.
Aliás, a partir deste momento, Cibele assume um lugar que é seu, por direito, neste blog, o de protetora dos Tateadores de Amarras.
Sábado à noite (29/08) assisti ao programa "Vitrine", da tv Cultura, aqui em São Paulo (aliás, a meu ver, a única emissora aberta que presta no rol dos canais abertos...) e passou um especial falando justamente dos 20 anos sem Raul Seixas e dos 40 anos de Woodstock... Muito bom!
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