Em minhas andanças por este Brasilão Imenso, muitas vezes fui “assaltado” pelas memórias de algumas excelentes disciplinas do Departamento de Solos da UFV, que cursei na pós-graduação. Há outras, mas aqui vão dois destaques para os interessados e curiosos: Gênese e Classificação de Solos, do Professor João Carlos Ker, e Pedogeomorfologia, do Professor Carlos Ernesto Schaefer.
Próximo da divisa de Minas com a Bahia, vi uma movimentação de solo que me chamou a atenção e a nostalgia. Tratava-se, aparentemente, de um material de Latossolo Amarelo, o antigo e legítimo “Latossolo Amarelo Variação Una”. Uma beleza só! Amarelíssimo. Em se usando aquela técnica do Professor Anôr Fiorine e equipe, para fabricação de tintas utilizando o solo como matéria prima, é possível fazer uma tinta muito bacana com aquele solo.
Lembrei-me, então, que na Disciplina do Professor João Ker, tive a oportunidade de conhecer um perfil de solo que já pertenceu a essa classe de Latossolos, “Variação Una”, lá em São Gotardo, MG. O perfil, embora não tão amarelo quanto o “Una Original”, faz parte do “Roteiro Pedológico” da Classificação de Solos, do DPS/UFV. Fica localizado próximo ao trevo, entre São Gotardo e a BR-354. Visitei-o por duas vezes, em 2004 e 2005. Eis o dito cujo:
Pelo SiBCS/2006, esse perfil agora é classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo, com Horizonte A Moderado. Embora tenha influência de Tufito (material de cinzas vulcânicas comuns daquela área – o que também, por si só, não diz nada, pois há cinzas e cinzas), é um solo relativamente pobre do ponto de vista químico. É muito gibbsítico, rico em ferro, com alto poder de adsorção de fósforo. Mas do ponto de vista físico, estes são solos muito agricultáveis, portanto suportam aquela agricultura de ponta que existe naquela região. É uma região muito produtiva.
Aproveito para me lembrar de amigos e amigas que têm um ou dois pés lá em São Gotardo, como a Sibele – Esse povo mineiro é tudo gente boa! Em homenagem a eles e seus familiares são-gotardenses, ofereço “esta foto histórica” do tal Perfil de Solo, que registra a nossa passagem por lá. E, é claro, em homenagem aos colegas da turma de pós-graduandos de junho de 2004, da Disciplina do Professor João Ker: Marcão (nosso fotógrafo oficial na ocasião), Nilson, Edgley, Henrique, Juscimar (meu colega dos velhos tempos do Geófagos), Roberto Michel, Eliete, Helton Nonato, Karina, Diana, Leila, Aline, Ulisses Bremmer, Bruno Vasconcelos, Fábio e Evaldo.
Em verdade eu vos digo, nobres colegas, em tom de nostalgia e saudade, “esse charme brasileiro de alguém sozinho a cismar” (by Belchior), que nossa existência, posto que breve, se comparada ao largo hiato do tempo, permita-nos a consubstanciação, a realização dos reencontros... Até mais ver, teto sem forro / até mais ver, telha de barro / até mais ver, copo de folha / até mais ver, Sertão... (by Sá, Rodrix & Guarabyra).
O que nos faz ser o que somos são as experiências que passamos, e as lembranças que delas carregamos conosco!
ResponderExcluirObrigada pela lembrança, Elton! Foi uma verdadeira homenagem!
Um grande abraço!