domingo, 15 de novembro de 2009

Lula, a boçalidade e a arte de nivelar por baixo

Imagens, fontes: 1, 2 e 3

Sempre afirmei que o governo brasileiro carece de estadistas. Alguns poucos que existiram no passado podem ser contados nos dedos de uma única mão. Aliás, no presente, o mundo inteiro está carente de estadistas. Os tiranetes bolivarianos dispensam comentários e Barackinho, o exterminador de moscas, a “esperança de redenção histórica da América”, para quem Lula “é o cara”, revela a cada dia o seu grande potencial de maior decepção política dos últimos tempos.

Não sou psicanalista nem psicólogo, mas dou conta de uma análise psicológica dessa gente. Barack Obama chamou Lula de “o cara” porque viu em Lula uma coisa que ele quer para si, sua única esperança de redenção fácil, o “espírito terceiromundista” da pessoa e daqueles que o apóiam.

Lula, em sua trajetória, por uma convergência de fatores mesquinhos, ganhou espaço, eleitores, um palanque privilegiado e de lá faz seus discursos pontuados por irresponsabilidades – impróprias a um governante – faz e fala parvoíces, torce os fatos, pauta-se pelo populismo, trata o Brasil como um grande sindicato e os brasileiros como um bando de sindicalistas encabrestados. A convergência de fatores mesquinhos lhe proporciona altos índices de aprovação popular. Não é aprovação de seu governo, é aprovação da pessoa, o brasileiro padrão não distingue estas coisas. Portanto, o que aprovam é o falastrão carismático (para os tolos) e populista... E Obama quer ser Lula – como nunca antes na história daquela América.

Obama também tem sua ascensão associada a uma convergência de fatores mesquinhos e quer “os braços do povo”, defende-se de críticas atacando o governo passado e a imprensa – mirou-se em Lula, o cara. Esta é a obsessão de Obama, mas lá ele sabe que não vai conseguir. Lá as Instituições Democráticas, há muito, nivelaram o sistema por cima e Obama não vai emplacar o seu viés tereceiromundista com imediatismos eleitoreiros, colocando “nos outros” a culpa de seus fracassos e de sua incompetência, como está querendo fazer agora. Como Lula faz aqui.

E aqui, Lula tem certeza de que nada no mundo é maior de que... Lula. Por isso ele teme o apagão, real e metafórico. Sua primeira obsessão sempre foi ele próprio, mas o seu alter-ego é FHC. Lula ataca FHC dia e noite porque Lula sonha-se FHC, e não se conforma com o fato de ter sido FHC a figura emblemática, a estampa do Plano Real. Lula queria (quer) o lugar de FHC no Plano Real e na história econômica brasileira. Mas Lula, embora pareça não ter noção do ridículo, tem alguma noção da realidade. Maluco ele não é.

O Plano Real nasceu de uma equipe de profissionais (Fernando Henrique, Rubens Ricúpero, Gustavo Franco, Pedro Malan e outros) no governo de Itamar Franco, mas vai passar para a história como A obra de FHC. E Lula morre de inveja. Porque Lula sabe que ele próprio vai passar para a história como um oportunista, um boçal que teve alguma sorte na vida. Teve sua “utilidade” vislumbrada por Golbery (um exímio estrategista) e o apoio de um povo sofrido que, no geral, não conseguiu enxergar a boçalidade de Lula. E esse povo ainda lhe dá apoio. Caso contrário ele teria sofrido impeachment lá no auge do “mensalão”. E ele sabe disso. Mas ele, Lula, precisa conformar-se consigo mesmo, com sua insignificância diante da grandeza de homens dignos de uma nação, e por isso ele precisa mentir, dissimular, fazer metáforas baratas, encantar a plebe com seu circo de boçalidades, torcer os fatos e a história, nivelando tudo e todos por baixo, e aí receber os aplausos da patuléia, e dos comensais, e se conformar, iludindo-se: “eu sou o cara”.

A segunda obsessão de Lula é mais recente. É proporcionada, no momento, por Dilma, a ex-guerrilheira. A boçalidade de Lula e do PT é tão grande que inventaram agora o “continuísmo” de Lula via Dilma – confiantes que estão na aprovação popular de Lula (do homem, não de seu governo), acreditam que vão conseguir convencer o povão a comprar Lula, mas levar Dilma. O tempo dirá.

Lula nivelou o Brasil por baixo. O Brasil ficou mais burro nestes tempos de Lula e PT. Mas embora emburrecido, não ficou idiota. Tenho minhas dúvidas se o Brasil vai engolir uma perereca pensando em um “sapo barbudo”. Falando assim dá até para ter saudades dos tempos do Brizola. Naquele tempo o Brasil tinha sua cota de burrice, mas pelo menos não era nivelado por baixo. Havia respeito pela inteligência alheia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nestes tempos de vestidos curtos...


Por Elton Valente

Além da respeitável Geisy, nestes tempos de vestidos curtos, às vezes avaliados por mentes pequenas e ignorâncias imensuráveis, já arrefecendo os humores e mudando o tom da prosa, mas mantendo o foco e o ângulo naquilo que interessa (sem trocadilho), recomendamos a leitura bem humorada do cronista Xico Sá, um caririense legítimo, no Yahoo!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Inacreditável Brasil desta era esquerdista

Imagens, fontes: 1 e 2

Segue um pretenso soneto, de nossa própria lavra, para arrefecer os ares contaminados pelo bafo desses talibans.

Para Geisy e para a Mulher Brasileira...

Inacreditável Brasil desta era esquerdista

Os talibans da Uniban-Brasil vigiam, espreitam
O seu vestido rosa, sua jaqueta cinza
Se você não ousa, se você não fala
Sobrevive ainda...

Nunca antes na história destepaís
Houve tanta ignorância. Nem nos tempos da censura
Quando o seu passar dava samba: a garota de Ipanema
Nestas terras de Iracema, até o Gabeira usava tanga

A turba ululante, instintiva, irracional
Delira na própria ignorância e xinga
Quando você passa, quando você ginga

O muro de Berlim ruiu, mas aqui ainda há comunistas
Neste mar de incoerências, o seu rebolado é uma afronta
A muita gente esquisita...

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Fernando Brasil
10 de novembro de 2009

Nota: Por sugestão da equipe, o desfecho foi alterado às 12:08.

domingo, 8 de novembro de 2009

Os talibans da Uniban, ou os Mulás Unibans

Imagem, fonte: Julia Chequer / R7.
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Por Elton Valente.
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Os organizadores do Tateando Amarras manifestam o seu repúdio à atitude abjeta dos agressores e da direção da Uniban no caso da aluna Geisy Arruda, que foi hostilizada por usar um vestido “curto” nas dependências daquela "escola". Matéria no G1.

Transformaram a vítima em ré, usando como argumentos leituras subjetivas, à margem dos direitos individuais que são a razão de ser de uma sociedade dita civilizada.

Pelas mãos e mentes da direção da Uniban, retornaremos à barbárie, em uma sociedade governada por mulás talibans. Ou, talvez, por mulás unibans.

Entre julgar sarneyísmos-lulismos e um vestido rosa sobre um corpo de mulher, a turba ululante e bestial e as mentes da Uniban, obviamente, optam pela segunda opção.

Depois de 20 anos da Queda do Muro de Berlim, paradoxalmente, vivemos no Brasil uma era político-administrativa de embrutecimento de homens e de almas. Ficamos mais burros e mais ignorantes. A imbecilidade e a bestialidade já manifestas na Uniban são um sinal dos tempos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss


Imagem: Fonte

Os organizadores do Tateando Amarras lamentam a morte do antropólogo Claude Lévi-Strauss, anunciada ontem. Mais informações aqui e aqui.

Admirável, sobretudo pelo seu modo de fazer pesquisas, autor de Tristes Trópicos, Claude Lévi-Strauss, à semelhança de Charles Darwin, buscou conhecer profundamente o seu objeto de pesquisa, empenhando, portanto, boa parte de sua vida neste processo.

“Fundador da Antropologia Estruturalista, é considerado um dos intelectuais mais relevantes do século 20” (nota no G1).

Por Elton Valente.